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Butiá Fundamental FIC FIA é listado entre os 10 melhores fundos de ações em janeiro pelo PagBank
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O fundo Butiá Fundamental FIC FIA foi citado como um dos dez melhores fundos de ações em janeiro pelo PagBank. A matéria, publicada nesta quinta-feira (10), menciona 20 fundos, entre Multimercado e Ações, com os melhores retornos no mês.

O fundo da Butiá rendeu 8,54% no mês(*) contra 6,98% do Ibovespa. A seguir, o gestor da estratégia de renda variável da casa, Matheus Almeida, faz uma análise do mercado de ações e aponta como foi o desempenho do Butiá Fundamental FIC FIA. O especialista ainda disserta sobre algumas posições da carteira e o que a gestora espera para os próximos meses.

“O fator determinante para a performance dos ativos no mercado global tem sido o comportamento da curva de juros americana. Com a persistência da inflação e redução do desemprego nos EUA, os membros do FED e o mercado já esperam ao menos quatro altas de 0,25% a.a na meta do FED Funds Rate, a taxa alvo de juros overnight dos títulos americanos definida pelo FOMC, análoga à nossa Selic. Isso naturalmente tem elevado toda a curva de juros futuros dos EUA, com a sua taxa de dez anos saindo de aproximadamente 1,50% a.a para mais de 1,75% a.a neste último mês”, considera.

De acordo com o gestor, essa persistência da inflação americana, paralelamente à alta das expectativas para os juros, tem causado uma rotação da alocação global em ativos, com a venda e consequente queda dos ativos de crescimento, aqueles que possuem fluxos de caixa em períodos distantes, muitos deles no setor de tecnologia, e dos ativos que não geram caixa, como criptomoedas. Os recursos oriundos dessas vendas têm sido direcionados à compra e consequente alta dos ativos chamados de valor, que possuem fluxos de caixa concentrados em prazos mais curtos e menores múltiplos, muitos destes no setor de commodities e no setor de bancos tradicionais.

Esse padrão de rotação fez com que a bolsa americana, se medida pelo S&P, caísse 9,8% em janeiro e, se medida pelo índice NASDAQ, caísse 13,3%, sendo o segundo mais concentrado em ações de tecnologia. Os beneficiários deste fluxo de rotação incluem países emergentes, especialmente o Brasil, cuja bolsa é altamente concentrada em ações de commodities e de bancos. Com isso, o Ibovespa subiu 7,0% no mesmo período. Esse processo de entrada de recursos globais no mercado de ações brasileiro pode ser observado no fluxo líquido positivo de R$32,5 bilhões em investimentos estrangeiros que entraram na bolsa em janeiro de 2022. Essa entrada, inclusive, contribuiu para a valorização do real — o dólar saiu de R$5,58 e terminou janeiro em R$5,31, uma queda de 4,8%. Além do perfil do fluxo, o mercado brasileiro continua muito descontado em relação às demais bolsas globais, o que aumenta a probabilidade de continuidade dessa entrada de capitais.

O cenário de inflação alta, seja no Brasil ou no mundo, foi influenciado, pela pandemia. Os lockdowns causaram restrições de oferta pela impossibilidade de manter a produção em algumas fábricas, além de alterarem o perfil de consumo da população, onde houve troca do consumo de serviços pelo de bens, gerando aumento de demanda destes. A combinação desses efeitos com os fortes estímulos fiscais e monetários, utilizados pelo mundo para combater os efeitos sociais e econômicos da covid, pressionaram e ainda pressionam os índices de preço.

“Apesar de acreditarmos numa reversão desses fatores conforme a pandemia entre em controle e as economias voltem a um funcionamento normalizado, uma commodity deve continuar a ser fator relevante na pressão de preços, o petróleo. Além das pressões pela interrupção de oferta durante a pandemia, o petróleo sofre uma pressão adicional de curto prazo pelo aumento de produção abaixo da meta dos membros da OPEP. Em uma visão de prazo mais estendido, o menor crescimento de oferta do petróleo, fruto da falta de investimentos no setor, com o mundo buscando políticas de transição para energias menos poluentes, também ajuda a pressionar os preços para cima. Temos ainda diversos fatores geopolíticos que representam risco de alta adicional, sendo o principal deles a situação da Ucrânia, onde um conflito militar com a Rússia poderia prejudicar o fornecimento de gás para a Europa, pois o país serve de rota de transporte do gás russo para o território europeu. A redução da oferta de gás da Rússia para a Europa, importante fonte energética para esta, pressionaria ainda mais o equilíbrio de oferta e demanda do petróleo, aumentando seus preços”, aponta Almeida.

Nesse contexto, o Butiá Fundamental FIC FIA avançou 8,5% no primeiro mês do ano contra uma alta de 7,0% no Ibovespa, de 3,3% do índice Small Cap e de 0,7% do CDI. O gestor explica que, como principais fatores de alta, estão a rotação de alocação de ativos globais discutida e talvez, uma maior sinalização, mesmo que superficial, em direção ao centro, de Lula, candidato líder das pesquisas eleitorais, na segunda metade do mês.

“A diferença entre o comportamento dos dois índices é reflexo do perfil dos compradores. O estrangeiro normalmente entra em papeis mais líquidos e ETFs do Ibovespa, puxando este índice e algumas ações de empresas de grande representatividade, como Vale, Petrobras, grandes bancos e B3. O apetite local provavelmente está mais relacionado ao comportamento do índice Small Caps, e à performance deste, após o dia 10, quando chegou a acumular queda de mais de 11% no ano, e a partir daí, o movimento foi de forte recuperação. Além do desdobramento de segunda ordem da entrada de capital estrangeiro, que se distribui em altas de outros papéis por movimentos de preços relativos e de realocação de capital, o movimento na segunda metade do mês pode indicar que talvez o investidor local esteja menos pessimista com o mercado, talvez pela sinalização ao centro de Lula, talvez pelos preços atrativos pelos quais as diversas ações da classe estão sendo negociadas.

Dentre as empresas com perfil de maior influência da entrada de capital estrangeira, conseguimos acompanhar algumas altas por meio de nossas alocações no setor de óleo e gás, com PetroRio, Petrobras e 3R Petroleum, que além de apresentarem valuations muito interessantes, servem de hedge para o resto das posições no caso de uma alta maior do petróleo e consequentemente da inflação e dos juros. Também acompanhamos com nossa posição em Vale, cujo valuation e geração de caixa permite ampla margem de segurança para variações no preço do minério e pode se beneficiar do cenário de curto prazo para este. Apesar de uma posição tática em Bradesco, nossa alocação nos grandes bancos é inferior ao índice por uma visão estrutural mais negativa com o setor. Um destaque de alta no índice, que não acompanhamos, foi das ações da B3, que realmente estava e ainda está descontada, mas acreditamos haver melhores oportunidades no mercado em empresas que não são tão dependentes de um ciclo de alta do mercado de ações. Dentre nossas demais posições, nosso aumento de posição no setor defensivo de healthcare, com vista no ponto negativo do ciclo econômico, foi benéfica, com forte performance de nossa posição em Hapvida”, explica o gestor sobre o posicionamento tomado no fundo.

Almeida ainda pontua que a combinação de um cenário econômico local ruim e nível de riscos alto, mas valuations descontados, mesmo após a alta de janeiro, mantém o fundo com uma alocação levemente acima do neutro e com uma carteira diversificada.

“Aumentamos as teses ligadas ao petróleo, pela defesa do portfólio e pelos valuations, conforme explicitado anteriormente. Aumentamos também a alocação no setor de utilities, mais especificamente em empresas no setor de energia elétrica, por vermos um excesso nas curvas de juros e nos prêmios de algumas companhias do setor, apesar de estarmos ciente da volatilidade esperada para ‘bond proxies’ em um ano eleitoral. Reduzimos uma pequena parte da alocação no setor de saúde e no setor financeiro após os fortes ganhos de janeiro. Apesar das movimentações, a carteira ainda é composta por uma combinação de alocação em empresas com dinâmica própria, cujo crescimento deve ser forte mesmo no caso de uma desaceleração da economia e cujas ações se encontram com valuations muito atraentes, alocação em empresas que atuam em setores defensivos, cuja demanda é resiliente, e alocação em companhias exportadoras, que dependem mais da economia global e do câmbio”, conclui.

 

 

 

 

(*) Retorno dos últimos 12m: -10,15%; Patrimônio Médio 12 meses: R$ 97.306.328,98 (data de referência: 31/01/2022).

Butiá Fundamental FIC FIA foi citado como um dos dez melhores fundos de ações em janeiro de 2022 em matéria publicada pelo PagBank no portal jornalístico UOL no dia 10/02/2022. Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. O investimento em Fundo não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC. Leia a lâmina de informações essenciais, se houver, e o regulamento antes de investir. A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos.

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