Butiá Investimentos

Comunicado Butiá sobre a nova alta da taxa Selic
comuinicado

Por Lucas Queiroz, gestor dos fundos Multimercado da Butiá Investimentos

 

Na noite de ontem (04 de agosto), o Banco Central do Brasil emitiu comunicado referente à 240ª reunião do Copom. Houve aceleração no ritmo após optarem por uma elevação de 100 pontos-base que levou a Taxa Selic à 5,25% ao ano, exercendo a opcionalidade que o próprio comitê havia colocado à mesa na última reunião. Abaixo destacamos os pontos de maior relevância no comunicado:

  • No documento, o comitê reconhece a recuperação da atividade econômica e, em especial, o bom momento para países emergentes que se beneficiam do cenário de reabertura em meio à continuação dos estímulos monetários e fiscais ainda vigentes no mundo;
  • Em parte relevante do texto, o comitê mostra preocupação com os últimos dados de inflação e sua composição, com peso em itens de maior persistência, além de sucessivos choques que têm mantido a inflação mais persistente do que o projetado;
  • Por fim, em trecho com grande relevância para o mercado financeiro, passaram a sinalizar que passa a ser adequado ir além do juro neutro. Como sinalização para o encontro de setembro, consideram apropriada elevação em mesma magnitude da atual, embora deixem espaço para atuação mais tempestiva em caso de deterioração do cenário.

Em nosso entendimento, o Copom voltou a ser duro para não ficar atrás da curva. Desde a última reunião, dois pontos foram fundamentais para o endurecimento da postura: a divulgação do IPCA-15 de julho e as subidas de juros em países emergentes, com destaque para a Rússia. O ambiente se torna mais desafiador aos emergentes pois estes não possuem a flexibilidade necessária para acomodar os choques de inflação observados em todo o globo e precisam, neste momento, escolher domar as expectativas de mercado às custas de sacrificar algum crescimento à frente.

A postura do BC brasileiro deve continuar a amparar a moeda local, suavizando os choques ocasionados pelo risco político/fiscal que reapareceu e deverá ganhar novos contornos à medida que o projeto de orçamento para 2022 vá sendo discutido. Para as últimas três reuniões deste ano, esperamos elevações de 100, 775 e 50 pontos-base, respectivamente, encerrando o ano agora em 7,5%.

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